domingo, 10 de junho de 2012

Simplesmente ir Ver!


Olá,
Viajando pela internet e montando meus roteiros, encontrei um blog muito legal da Fernanda Costta, nele duas mensagens me chamaram muito a atenção e compartilho com vocês!  Adoro as histórias desses blogueiros que fizeram de uma paixão uma forma de viver, tenho certeza que também chegarei lá! 
“Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver" – Amir Klink.
"Viagens são fatais ao preconceito, à discriminação, à visão estreita, e assim, muitos de nós deveriam viajar. Uma visão ampla, integral e caridosa das pessoas e das coisas não pode ser adquirida vegetando num cantinho do planeta durante a vida inteira". – Mark Twain. http://www.viaggio-mondo.com/2007/08/fernanda-costta.html .
Adorei as duas, só que a do Almir Klink despertou ainda mais meu interesse, acredito que seja por ele ter conseguido  expressar de uma forma simples o que há muito tempo gostaria de dizer, viajar para mim é "simplesmente ir ver", isso mesmo, não importa se ficarei um dia, dois, uma semana, o que importa mesmo é descobrir lugares onde ainda não estive, ampliar meus horizontes e aprender, aprender e aprender muito e sempre!
Cada canto que visito deixa uma marca, algumas lembrarei mais detalhadamente, outras talvez nem tanto, por isso gosto de registrar e guardar. Aliás, fotografia é uma outra paixão que tenho, gosto muito de captar momentos e revê-los depois de um certo tempo, montar álbuns bem organizados, sejam digitais armazenados no meu computador, em CD's e também no Picasa, pois não gostaria de correr o risco de perdê-los! Tenho muitos álbuns com fotos, algumas já digitalizadas, outras ainda aguardando minha disponibilidade para parar e digitalizar.
Comecei a viajar desde muito cedo, iniciei com pequenos roteiros no Brasil que foram se ampliando, Caraguatatuba era um dos destinos que me fascinavam na época. Ver aquelas praias maravilhosas do nosso litoral norte de São Paulo me enlouqueciam. Passava horas olhando o mar e pensando onde será que ele pode me levar? 
Sou muito grata à D. Anita e e ao Sr. Viana,  nossos vizinhos  e compradres de meus pais, que me ajudaram a descobrir esse prazer de viajar. Eles sempre proporcionavam nossas férias no litoral norte, sim nossas férias, pois além de mim, eles também levavam meus irmãos, acho que íamos nuns 4 de minha família, mais as duas filhas deles e uns 2 cachorrinhos. 
Costumávamos passar dois meses no final do ano e o mês inteiro de julho em Caraguatatuba. Como em casa éramos 12 irmãos, hoje entendo a alegria da Conceição e do Sr. Chico Cobra, meus pais, quando chegavam as férias e alguns tinham a chance de partir. 
Na década de 70 esses passeios eram incríveis, íamos de "Jeep" ou de "Rural" do Sr. Viana, um major do exército que sabia brincar com as crianças como ninguém, acho que até hoje tento a aprender ouvir como ele nos ouvia!
A estrada para o litoral norte era muito tortuosa, passar mal durante o trajeto era uma festa, ficávamos esperando quem seria o primeiro, recordo-me muito bem da quantidade de árvores que eu contava... quando a situação começava a apertar, eu corria na contagem... 30, 31, 40, 45, 47, 90. Ufa, nem acreditava quando dava certo. 
Não tenho fotos desses momentos, só que eles estão tão vivos em minha memória que agora escrevendo para vocês esses registros, começo a me lembrar de pequenos detalhes, e o mais interessante, a lembrar o perfume da mata atlântica descendo a serra!
Chegar em Caraguá, como chamamos por aqui, era muito legal. Primeiro arrumar a casa, casa um deveria ajeitar a sua cama e guardar as suas roupas, alguns lavavam os banheiros, outros varriam os cômodos. Naquela época meus dotes culinários já começavam a aparecer, eu corria para a cozinha e colava na D. Anita e perguntava,  posso ajudar a cortar os tomates? Deixa eu mexer as panelas? 
Eu ficava admirando fascinada como a mistura de ingredientes se transformava em uma lasanha maravilhosa! Boas lembranças!
Como lavar louça não era a atividade que eu mais gostava, na hora da divisão das tarefas, eu sempre preferia ajudar a cozinhar, e foi muito bom,  pois aprendi tanta coisa, uma delas foi que você precisa aprender a dosar, dosar tudo, caso contrário, o prato desanda. Hoje não uso muito medidas, pois este conhecimento está em mim, com minhas mãos sei se é pouco ou muito!
Aliás, uma pequena pausa, recordo-me que quando era bem menina, uns 5 ou 6 anos acho eu, fomos morar na Rua Conselheiro Antonio Prado, em Jacareí. Meu pai, cansado de suas atividades que o faziam viajar por meses e meses, comprou um bar. O lugar era enorme, ficava bem na esquina, e nos fundos da nossa casa, tinha uma senhora que tinha um fogão à lenha, eu ficava louca quando sentia o cheiro da madeira queimando e dos temperos dourando. 
Nem preciso dizer que não demorou muito para eu chegar até ela e também aprender a "pilotar"  um fogão à lenha, acho que até hoje sinto o gosto daquele arroz que preparávamos juntas! 
Quando eu sumia, Conceição já sabia e dizia "pode procurar na casa da vozinha".  Essa senhora que, infelizmente, não me recordo mais o nome, me ajudou a descobrir o tanto que podemos fazer com poucas coisas! 
Por falar em  vozinha, perdi a minha avó materna muito cedo, ela era chamada por nós de "Vó Mariquinha". Como ela também viajava no preparo de deliciosos quitutes, ensinou-me  a apreciar a culinária desde muito cedo. Ela fazia uns biscoitinhos de nata e me chamava para prepará-los, eu adorava esses momentos! Esta é a única foto que tenho dela!
Gosto tanto de fogão à lenha que meu marido, como bom mineiro que é, fez um em casa!  Farei um post sobre as viagens culinárias elaboradas no o "Saudade de Minas", nosso cantinho gourmet em São José dos Campos.
Voltemos às viagens. Outra grande oportunidade que tive, foi conhecer o Rio de Janeiro, nem preciso dizer que foi paixão à primeira vista, uma sensação de "déjà vu" incrível. Eu adoro o Rio,  suas histórias, suas praias, seus cantinhos, seus bares, restaurantes, o jeito carioca de levar a vida sem muito preocupação.
Chegar no aeroporto de Santos Dumont é sempre um espetáculo à parte. Comecei indo ao Rio muito cedo, porém uma viagem que me deixou grandes lembranças foi um voo inaugural do Brasília, de São José dos Campos para o Rio de Janeiro. Foi sensacional! 
Tive muitas e muitas viagens ao Rio, uma que também marcou bastante foi um réveillon, acho que foi o primeiro e único que passei na orla de Copacabana. Na época o espetáculo maravilhoso da queima de fogos era no Hotel Meridien, e que show! 
O que recomendo é fazer a viagem para o RJ de carro, saindo de São José dos Campos, indo até Ubatuba e pegando a Rio-Santos, as praias são paradisíacas, e você encontrará restaurantes caiçaras no caminho que o farão "lamber os dedos"! 
Tem uma ilha no caminho que se chama Itacuruçá, que em tupi-guarani significa: ita = pedra e curuçá = cruz. Fica no município de Mangaratiba, no RJ. Caso queira conhecer um pouco mais acesse:
Na época tinha um restaurante muito bom que se chamava  "Psiu vem cá", na verdade, eram dois, um de cada lado da rua. Era excelente, o que eu não gostava é que eles serviam sopa de tartaruga, sim isso mesmo, na década de 80 isso era muito comum. Em compensação o  rodízio de frutos do mar deles era simplesmente delicioso. Não sei se existe mais, procurei na internet e não encontrei.
Conheci o nordeste brasileiro em 1981, fiz duas viagens, só que uma delas deixou grandes lembranças. Na época comprei um pacote de 10 ou 12 dias e fui sozinha, passei por vários locais, Recife, Natal, Fortaleza e outras cidades me proporcionaram momentos de muita alegria e boas recordações!
Já fiz tanta coisa, visitei tantos lugares no Brasil  que ao começar a escrever é que constato que ainda falta mais, passei carnaval em Salvador e em Recife, coisas que todos nós devemos fazer, principalmente quando somos mais jovens, pois estamos mais predispostos a curtir a multidão.  Ainda falta conhecer a Festa de São João em Caruaru, o Porco no Rolete de Toledo, desfilar na escola de samba, e muitas e muitas outras coisas mais.
Beijos e até a próxima!
Cleide Gomes

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